Há pouco mais de 1 ano decidimos abolir todos os alisamentos do Bardot. O fato é que era muito fácil sentir o rastro de formol nos produtos e todo mundo sabe que isso é proibido. Por isso resolvemos ser coerentes com nossa postura e parar de vender o serviço.

Passamos o ano de 2012 procurando novos produtos que fossem corretos. Entendemos por correto um produto que seja autorizado pela Anvisa e que não contenha bases químicas proibidas para o uso em salão.

Esta semana quase entramos na onda da carbocisteína, mas acordamos em tempo.

A questão é que a cisteína ou carbocisteína não alisa nada quando atua sozinha. É necessário um processo de oxidação para permitir sua ação. Por isso a maioria dos alisamentos ou SELAGENS com cisteína usam um composto de ácido glioxiílico, um primo irmão do formol. Eu achei estranho quando alguns técnicos representantes dos produtos nos alertaram para não usar muita prancha ou secadores quentes. A verdade O cabelo é constituído basicamente por proteína (80%-90%). O principal aminoácido presente na queratina é a cisteína, responsável pelas ligações cisteínicas. A cisteína pode interagir com outra cisteínica da mesma cadeia polipeptídica e formar uma ligação covalente. São essas ligações que promovem os mais diversos formatos de fios de cabelo.

Associando os produtos de aminoácidos e cisteína, conseguimos com o uso de prancha imprimir um formato temporário, mais liso e disciplinado aos fios. O efeito deste sistema não é definitivo. Além disso, a grande vantagem é que o sistema atende corretamente as norma da Anvisa.

“Não há milagres “naturais”, se você deseja reformatar o fio de cabelo, precisa romper a estrutura da cisteina, atacando as pontes de enxofre do cabelo.”

Lembre-se sempre.

A engenheira química Sonia Corazza responsável pelo desenvolvimento de importantes e conhecidos cosméticos ensina sobre os cuidados sobre qualquer tipo de alisamento:

Qualquer tratamento químico, térmico ou mecânico para reformatar o fio de cabelo é potencialmente agressivo. É preciso atacar a estrutura química original do fio para possibilitar o seu alisamento. Então todo e qualquer tratamento químico com essa finalidade é danoso, vai causar a perda das propriedades originais do cabelo, como conteúdo hídrico, conteúdo em lipídeos, conteúdo de ceramidas, que constituem o cimento intercelular.

Dessa maneira o cabelo ficará mais desprotegido e suscetível a queda pela quebra, perda da penteabilidade, facilidade de formação de fly-away( acúmulo de eletricidade estática).

Os cuidados para quem se submete a qualquer tratamento desse tipo é adotar uma linha de produtos cosméticos específico para reestruturação, contemplando uma lavagem suave, um condicionamento que agregue proteínas hidrolisadas e AA, um finalizador que também proteja o fio da radiação solar, pois os raios UVAB terão facilidade de permeação nesse fio de cabelo muito mais poroso. Além disso o cuidado semanal com máscaras reconstrutoras é mandatório.